Hoje indo para igreja fiquei triste
Ao ver uma criança fazendo malabarismo com tochas de fogo
Diante de todos os carros e pedestres presentes
Em minha alma lamentei
Onde estão aqueles dias
Que criança não podia pegar o fósforo
Pois era perigoso queimar-lhe
Vi aquela criança abandonada
Sem ninguém para ensiná-la
Ninguém para alertar que aquelas chamas
Que chegavam tão perto de suas orelhas, roupas e cabelos
Poderiam deixá-lo deformado para sempre
Nenhum policial, nenhuma viatura
Se incomoda ao ver um menino de uns 5 anos
Envolver-se com tochas de fogo
E movimentá-las pelo corpo inteiro
Não se trata nem de um fósforo aceso
Mas de uma chama contínua
A tristeza me invadiu
Pois um menino estava correndo risco de vida
Para satisfazer algum mafioso
Que além de dar-lhe os ferros
Lhe ensinara a colocar sua vida e corpo infanto
Em jogo em prol do dinheiro
Quando ele acabou o horrendo espetáculo
O farol prestes a se abrir
Fiquei sem ação
Queria poder livrá-lo desta vida ou desta morte
E com voz rouca disse:
Estás correndo risco de vida, isso é perigoso!
E segui meu caminho com o coração pesaroso.
Que mundo criminoso!
Raquel Fragoso
Rua de Recife - Pernambuco
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