I. Assunto
Vamos tratar do Tema José como tipo de Cristo, notando em cada cena da vida de José a representação, o tipo messiânico. O velho Testamento nos anuncia antecipadamente á imagem do Cristo através da história de José.
II. Introdução
A história de José era uma representação dos acontecimentos futuros que sucederiam com Jesus. Quem foi vítima de armação dos irmãos, por raiva, desprezo e repúdio?”.
Lembramo-nos primeiramente de Jesus, mas José tipo messiânico de Jesus suportou tudo isso.
“Quem foi vendido por moedas de prata e desterrado para o Egito? Quem foi condenado sendo inocente, réu aparente entre dois culpados, dos quais um é exaltado e o outro padece?” (Law, Henry)
Porventura não vemos a história do próprio Cristo, mas foi assim que também ocorreu com José.
Quem da humilhação é exaltado para um trono?”. José após revelar os segredos de Deus, revelar o que no íntimo homem nenhum conseguiria saber, e descortina o que haveria de ser com o Escolhido de Deus, Jesus Cristo.
Quem foi o Redentor dos egípcios, israelitas...? José os salvara da morte, dando-lhes o suprimento em abundância, como se fosse um rascunho do que haveria de ser, mostra como um rascunho do futuro projeto de Deus para a humanidade através, através de José mostra-se que Deus pode fazer do humilhado um exaltado sobre a terra, e assim colocar uma ponte entre o povo faminto e o rei cheio de poder.
O cenário já estava preparado , o rascunho da história já havia sido escrito, até que a plenitude dos tempos chegasse, o cenário perfeito com o homem ideal e certo, para cumprir exatamente o papel, já arquitetado por Deus antes da fundação do mundo.
Veremos como Deus através de José revelava o seu projeto para a salvação do mundo inteiro, veremos José como tipo de Cristo representando o papel , ou o esboço do retrato do Filho de Deus que viveria na totalidade e revelaria ao mundo o grande plano de salvação que havia na coração de Deus.
III. O conceito de Realeza na Vida de José
No livro “Revelação Messiânica no Velho Testamento, pg.139-141”, Gerard, Van Groningen diz: “O relato de Gênesis sobre José acentua particularmente o conceito real no registro do relacionamento de Deus com o primeiro filho de Raquel, e por meio dele, não tem recebido a atenção que o texto bíblico lhe dá. Deve ser acrescentado que este conceito real suporta o sofrimento e o serviço. O “personagem real”, suporta sofrimento e presta serviços á semente de Abrãao, bem como ás diversas nações no meio das quais ele vive e com ele interage. Que o conceito real é realmente um fator central e dominante no relato de Genêsis a respeito de José é indicado por dez aspectos.
1. Os sonhos de José eram a respeito da idéias de realeza. Quando José relatou seu primeiro sonho a respeito dos feixes a interpretação de seus irmãos foi correta: “Reinarás, com efeito sobre nós?, Governar-nos-ás, de estrelas obviamente referiam-se a sua prórpria família, e assim foi compreendido. A presença dos corpos celestes neste segundo sonho sugere sua posição real que haveria de ser de grande significação: a criação, sobre a qual Adão reinara, haveria de reconhecer sua posição e autoridades reais.
É importante notar que seus irmãos o odiavam não somente por ser o favorito de seu pai, mas principalmente por causa da sua realeza. De fato, os sonhos de realeza motivaram seus irmãos a conspirar para livrarem-se de seu irmão mais novo.
2. José foi vendido como escravo à um oficial da corte de Faraó. Como escravo de Potifar, capitão da guarda de Faraó, José servia na corte real. Assim ele, um jovem de uma tribo nômade, foi exposto a um ambiente real e a maneira de vida da corte. Como haveria Moisés de ser trazido a um palácio real para Recber preparação para o seu futuro trabalho, José, de modo parecido, teve acesso ao conhecimento, a sabedoria e ao treinamento empregado no governo de uma nação. Além disso, foi seu envolvimento com a realeza que o expôs à mulher de Potifar e á sua influência, que por sua vez, o levou á humilhação e ao sofrimento.
3. O caráter régio de José e sua influência tornaram-se evidentes quando ele estava na prisão. Tornou-se assistente do guardião da prisão real. Nessa elevada posição estava capacitado para interagir com os prisioneiros da corte real. Isso, por sua vez deu-lhe a oportunidade de interpretar os sonhos do copeiro e do padeiro. Essa notável capacidade de interpretar sonhos, que José reconhecia como prerrogativa divina, seria o fator chave para o seu retorno à corte real.
4. O Sonho de Faraó, de sete vacas gordas sendo devoradas por sete vacas magras, e de sete espigas cheias sendo devoradas por sete espigas mirradas, deu a José a oportunidade de expressar que ele estava a serviço do soberano Senhor dos céus, da terra e de toda a humanidade, e que era o único que poderia dar a interpretação dos sonhos de Faraó. José, a serviço desse soberano, serviu a Faraó com a interpretação dos dois sonhos. Além disso, José mostrou a sabedoria e agudeza reais no conselho que deu a Faraó, José lançou as bases para seu próprio progresso em direção ao trono do Egito. Em tudo isso a orientação soberana de Deus foi reconhecida, até mesmo por Faraó, que disse: “Visto que Deus te fez saber tudo isso, ninguém há tão ajuizado e sábio como tu. Administrarás a minha casa e à tua palavra obedecerá todo o meu povo.”
5. Elevando esse estrangeiro a uma posição real no Egito, Faraó reconheceu a notória capacidade real de hebreu. Ele promoveu o casamento de José com a filha de um sacerdote egípcio, confirmando assim seu “status” como governador do Egito. Os irmãos de José também fizeram assim: ajoelharam-se diante dele e o honraram como Senhor sobre os ricos armazéns de suprimentos do Egito.
6. José mostrou-se capaz de compreender um dever essencial do ofício real, aliviar o povo dos cuidados de um mundo áspero, provendo as indispensáveis necessidades básicas da vida. O “papel pastoras” do ofício real foi claro e evidente.
7. José desempenhou de maneira notável o papel de um governante atirado e de um juiz integro, quando seus irmãos vieram ao Egito. Ao reconhecê-los, relembrou seus antigos sonhos em relação a submissão de seus irmãos a ele; a seguir forçou-os a examinar seus atos passados em relação a ele, José, e a dar expressão concreta à sua preocupação com o pai idoso e com seu irmão mais novo.
8. Na designação da terra de Gósen com lugar para Jacó e sua família viverem , José exerceu sua prerrogativa, poder e sabedoria reais e demonstrou sua preocupação em fazer com que seu povo vivesse separadamente, num lugar onde pudesse prosperar como povo pastoril. Assim, usando seu ofício real, ele providenciou uma oportunidade para que eles se desenvolvessem como um povo separado, distinto e consagrado. Ele fez o possível para o povo escolhido viver no Egito, desfrutar dos benefícios todos da segurança e da prosperidade do Egito porém, sem participar da vida pagã do Egito.
9. José indica sua prontidão de ser escolhido e considerado i filho primogênito, e como tal receber a benção em dobro. Nisto esta de pleno acordo com Jacó, seu pai. Tal privilégio incluía o papel de cabeça e chefe do clã. Jacó esperava que José continuasse a exercer essa função, provendo a segurança, o bem-estar e a continuidade da semente do pacto e sua herança. Estas idéias foram expressadas abertamente por Jacó quando abençoou José. Falou de José como a “videira frutífera”, bem irrigada, estendendo seus ramos para longe como vitorioso na batalha, porque o Soberano Pastor o sustenta com braço forte; como objeto de inúmeras bênçãos dos altos, das profundezas, no passado e no futuro; e recebendo tudo isso, como o “príncipe” entre seus irmãos.
10. Como mencionado, José considerava-se agente do Soberano Senhor. Deus o havia “escolhido” para ir ao Egito. O Senhor dirigira a sua vida de modo que, como “pai” de Faraó , “senhor” de sua casa e “governador” do Egito, ele José , seria o instrumento de Deus para manter muita gente com vida. Ele era portanto um cooperador com Deus; era o libertador real e o agente Salvador”
Notamos que nestes dez aspectos da realeza de José, a prefiguração de Cristo é claramente reparada. A visão antecipada de José, através de sonhos, acerca do que haveria de ser, a posição elevada que iria alcançar, posição de governante. O ódio que lhe era destinado, pelos irmãos, que o desmereciam por notarem um grande potencial e amor especial dado pelo pai, que consumia-os a ponto de conspirarem contra José. A venda de José pelos próprios irmãos , toda a preparação antecipada para sua posição de salvador, pois José passou por todo um processo para ser digno de ocupar a mão direita de Faraó. Primeiro serviu o capitão da guarda, adquirindo uma boa “bagagem”, como conhecimento e sabedoria. Foi tentado e suportou a tentação, porém esta o levou á uma situação humilhante, de solidão, abandono e desconforto. Mas devido ao seu caráter, mesmo em situações de abatimento ele era honrado pelos que estavam ao seu redor (na prisão o tornaram assistente do guardião) e podiam reconhecer seu potencial, pois lhes era revelado em todas as situações do dia-a dia, pois este aplicava e proclamava tudo aquilo que por parte “Divina” havia recebido (interpretação dos sonhos) e foi este mesmo dom que o levou à presença do rei, quando revelou o sonho de faraó acerca da fome que viria sobre a terra, e ali após vencer o opróbrio foi achado capacitado para administrar e governar sobre todo o povo de Faraó , e mais tarde sobre o seu próprio povo. José foi elevado sobremaneira, todas as nações o reconheciam como governante do Egito, seus irmãos ajoelhados o reconheceram como senhor, José tornou-se o possuidor de toda a abundância de suprimentos, suficiente para saciar a todos, e este por sua vez não reteve a ninguém que a ele buscava, mas repartia toda opulência em distinção de raça, muitos vinham a ele e lhe entregavam tudo , bens , propriedades, vidas...este porém lhes retribuía dando-lhes o alimento necessário para manterem-se vivos , ágeis e sem preocupação de padecimento. Aos seus parentes deu uma terra separada do povo do Egito, para que vivessem conforme os ensinamentos e ordenanças que tinham sido criados, para que não se corrompessem ainda que pudessem usufruir da abastança do Egito.
José visava que seus irmãos guardassem os preceitos do Senhor e se separassem do povo do Egito que cultuava outros deuses, pois não tinham a lei de Deus em seus corações mas andavam segundo os seus próprios costumes.
José considerado o primogênito pelo pai, por ser o primeiro de Raquel, esposa que tanto amava, recebeu a benção e herança do primogênito.
José foi usado por Deus para manter sua descendência com vida, para que se concretizasse no futuro a promessa feita a Abrãao:
“Farei a tua descendência como o pó da terra...” (Gen. 13:16)
No livro “O Evangelho em Genêsis, pg.86”, Law, Henry diz: “A Escritura é preciosa, porquanto cada cena de José nos apresenta Jesus . Quem é o invejado, odiado e rejeitado por seus irmãos? Quem é o que foi vendido por moedas de prata; e foi desterrado para o Egito; Quem foi contado entre os transgressores; um réu aparente entre dois culpados, dentre os quais um é exaltado e o outro padece? Quem é elevado da prisão para a mão direita da majestade? Em todas esses esboços, não pode ser contemplado Jesus? Em seu ombro é que é posto o governo. Ele é o que salva a sua parentela de perecer. Ele é aquele cujo coração se enterneceu por causa deles, quando não o reconheceram. É para ele que devem fugir os que tem perecem. Ele é o que possui a chave de todos os suprimentos. O nome é José. A imagem verdadeira é Jesus.”
IV. TIPOLOGIA MESSIÂNICA
No Livro Revelação Messiânica no Velho Testamento- Gerard, Van Groningen diz: “O termo tipo vem do substativo grego typos, derivado do verbo typto, que significa “bater”, “golpear”. Em inguagem não bíblica o substantivo é usado para significar uma impressão ou marca feita por um molde ou forma.
Os escritores da Septuaginta, que usaram este termo grego para traduzir alguns termos hebraicos, traduziram tabekit desta maneira. Em Exodo 25:40 o tabernáculo, com sua mobília foi feito de acordo com o padrão que Deus dera a Moisés. O tabernáculo deveria ser uma representação terrestre de habitação celeste de Deus entre os seres humanos. Não era o próprio lugar da habitação de Deus, mais indicava a presença de Deus no meio do seu povo. De fato, o tabernáculo indicava uma realidade ainda não plenamente realizada na terra.”
Particularmente não satisfeita com esta explicação, procurei a expressão no Dicionário Aurélio Buarque e obtive a seguinte informação:
Tipo (grego týpos, cunho, molde, sinal) Aquilo que inspira fé como modelo. Esta especificação torna mais fácil a compreensão, pois analisando a vida de José não sentimos inspirar fé? José era um modelo, um símbolo , uma marca antecipada daquilo ou daquele que havia de vir. A representação antecipada e terrestre daquele que viria de Deus. José nos apresenta a idéia do Salvador.
V. SIGNIFICAÇÃO TIPOLÓGICA DE JOSÉ
A promessa estava sobre a vida de Abraão, então se estendeu à sua descendência, alcançando Jacó, logo tudo que aconteceu com José fazia parte do plano pré-estabelecido por Deus e visava cumprir a promessa sobre estes, a fim de não permitir que eles viessem a morrer e como centenas de nações antigas simplesmente serem apagadas do mapa. José foi escolhido por Deus e devido o seu amor fiel ao seu pai, foi considerado apto pois era capaz de servir ao seu pai e tornou-se capaz para servir seu povo, veremos, no Livro Revelação Messiânica no Velho Testamento o que Gerard, Van Groningen colocou sobre este fato:
“O foco da narrativa de José está sobre Jacó o tempo todo, porque ele é o pai de doze filhos que serão libertados da fome, terão um lugar onde ficarão protegidos e onde poderão se tornar um povo poderoso, de acordo com as promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó. Mas ainda, Jacó representava a linhagem da semente prometida, por meio da quela as bênçãos prometidas às diversas nações do mundo viriam. A fim de que Jacó e seus filhos pudessem servir como tal e preparar a futura cena para um genuíno papel de sobrevivência para todas essas nações, José foi designado e qualificado para servir ao seu pai, seus irmãos e seus descendentes, e, assim fazendo, servi-los enquanto permanecia ele próprio numa dessas nações estrangeiras. José, muito especificamente, era um tipo messiânico – não um ancestral. O papel tipicamente messiânico de José pode ser visto de quatro perspectivas:
1. José foi considerado o filho primogênito. Era o primogênito de Raquel, recebeu a túnica de primogênito real, a dupla benção em seus dois filhos e foi proclamado “príncipe” entre seus irmãos. Como primogênito, José apontava para Cirsto o “primogênito” entre muitos irmãos, (Rom. 8:29) sobre toda criação (Cl. 1:15) e entre os mortos (Cl. 1:18)
2. José, experimentou as profundezas da humilhação e os píncaros da exaltação. Ele foi vendido como escravo por seus irmãos, tentado pela mulher de Potífar, aprisionado, esquecido pelo copeiro-mor, abandonado por todos, tendo sido como que “cortado da terra dos viventes”. Mas foi trazido perante o trono de Faraó, recebeu o poder desse trono e exerceu domínio sobre o Egito, na época a mais poderosa nação do Oriente Médio. Semelhantemente, Cristo foi humilhado mas foi também exaltado.
“Ele se rebaixou, andando nos caminhos da obediência até a morte...por isso deus lhe deu a mais alta honra” (Bíblia na Linguagem de Hoje – Fil.2:8-9)
3. Em seus ator José prefigurou o ministério de Cristo de diversos modos. Ele interpretou sonhos e assim, revelou a vontade e o plano de Deus, pelo qual ele salvaria o Egito e as diversas nações, especialmente Jacó e sua família. José, em sua qualificação real, governou efetivamente sobre o Egito e livrou Israel da fome, das privações e da morte. Ele guiou Jacó e sua família ára um lugar seguro (Gósen), onde protegidos das tendências sociais, tentações imorais, idolatrias materializantes do Egito, eles poderiam prosperar e tornar-se um povo numeroso e, ainda exercer uma importante e decisiva influência no mundo.
4. José foi um verdadeiro tipo messiânico. Ele foi considerado real, recebeu uma posição real e cumpriu uma tarefa real.Como uma pessoa régia, ele livrou, protegeu e enriqueceu a herança de Abraão e Isaque. Ele funcionou, portanto, como um redentor, protetor e provedor físico, social, moral e espiritual. Jacó seu ancestral e pai, não fez isso. Ele próprio necessitava de alguém para livrá-lo, protegê-lo e sustentá-lo. Deus preparou José e por meio dele o Senhor realizou atos salvívicos dentro do contexto da história do mundo. E ao preparar José e realizar atos de salvação por meio dele, o Senhor falou profeticamente enquanto preparava o cenário para a salvação mais ampla e mais completa que Jesus traria. Essa salvação trazida pelo Cristo real foi também o que em última instância validou a obra redentiva de José, cumprida por uma pessoa real, tomada da semente para agir em favor da semente”
Vemos que Deus estava concretizando sua promesa e mostrando seu plano para aquela época e para o futuro. Analisando as quatro perspectivas do papel tipicamente messiânico de José, confirmamos a sua primogenitura em Gen. 30:23-24 “Raquel concebeu e deu á luz a um filho...e lhe chamou José...”
José começa a mostrar Jesus o primogênito de Deus, que experimentou o abandono, tudo sofreu e suportou mas alcançou a exaltação, a glorificação resultante da sua fidelidade.
José também prefigurou á Cristo, no fato de antecipadamente revelar o fim que viria sobre aquela terra e qual seria o meio de escapar de tão grande assolação e ruína. José não somente revelou os acontecimentos futuros mas também mostrou-se como único apto para resolver aquela situação, devido sua sabedoria, conhecimento de Deus e obediência possibilitando assim que através dele viesse a salvação à todos.
José após suprir as necessidades de seu povo, conduziu-os a um lugar separado do povo egípcio, para que não fossem contagiados e assim comrrompidos pelo costume daquele povo, pelos deuses deles ou inclinações incomuns. Embora José os sustentasse no Egito , e do Egito eles desfrutassem tudo que era necessário para sobreviverem, eles não viveram como os egípcios, mas separados destes, num lugar que poderiam prosperar e manter suas normas de vida e pensamentos.
José realmente era um tipo messiânico, prefigurou o próprio Cristo, providenciando a salvação às nações da época, aos seus irmãos, foi usado por Deus para chegar à concretização de todos os fatos, foi fiel a Deus em todas as ocasiões e mostrou que a sua grande dependência era Deus, pois dele vinha a capacitação sabedoria e entendimento.
José tipo de Cristo era um símbolo do que haveria de vir; a salvação plena que Cristo ofereceria para as nações e seu povo escolhido, saciando-lhes a fome espiritual principalmente e conduzindo-os à uma vida separada dos costumes deste mundo, embora vivamos no mundo, não vivemos como os do mundo no sentido dos ideais, atitudes e pensamentos. Usufruimos do que tem no mundo daquilo que sustenta a nossa vida, mas procuramos viver debaixo da direção e visão de Deus.
Assim como Israel negou ao Salvador Jesus, desprezou-o e vendeu-o, e os gentios que são as outras nações o receberam e começaram a usufruir primeiro do que ele tem, da Sua glória, graça e suprimento e o povo de Israel precisaria hoje ser alimentado fora do seu contexto social e ideal, assim ocorreu naquela época os egípcios fartavam-se do trigo de José, e os próprios israelitas passavam fome, e tiveram que abandonar seu lugar de habitação e costumes para no Egito no meio do povo contaminado como julgavam ,receber o trigo, e hoje não é diferente os gentios se saciam no Pão da vida e que os judeus venham a nós para alimentarem-se deste pão que vem das mãos do libertador que eles rejeitaram , mas nós abraçamos com muito amor – Jesus de Nazaré.
VI – TIPOLOGIA CONFIRMADA NA BÍBLIA:
Refletindo sobre a vida de José, notamos acontecimentos representativos e iguais ao que Cristo passou, vejamos:
Em Genês 37:4 relata que José era odiado pelos seus irmãos e em João notamos Jesus vivendo a mesma situação em cenário diferente:
(João 7:7) - O mundo não vos pode odiar, mas ele me odeia a mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más.
Em Genêsis 37:18 narra que os irmãos de José conspiravam para matá-lo e vemos Jesus sendo submetido à mesma circunstância:
(Marcos 3:6)- E, tendo saído os fariseus, tomaram logo conselho com os herodianos contra ele, procurando ver como o matariam.
Embora intentavam matá-lo em primeira instância não o conseguiram e a mesma situação ocorreu com José, que acabaram optando por vendê-lo por 30 moedas de prata, como demonstra que fizeram com Cristo :
(Gênesis 37:28)- Passando, pois, os mercadores midianitas, tiraram e alçaram a José da cova, e venderam José por vinte moedas de prata, aos ismaelitas, os quais levaram José ao Egito.
(Mateus 26:14-15) - Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes, e disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata,
José foi tentado e resistiu a tentação para não pecar contra Deus (Gen.39:7-8) e Cristo em toda a sua tentação também permanece íntegro:
(Filipenses 2:8) - E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
No livro de Gênesis 40:2-3,20 observamos José como prisioneiro de um crime que não cometeu, um inocente colocado entre dois culpados, (copeiro-chefe e padeiro-chefe) ambos ofenderam o seu senhor (Gen. 40:1), José mais uma vez prefigura à Jesus o qual sem pecado foi feito pecador por nós , e foi colocado depois de condenado no meio de dois ladrões, na cruz.
(Isaías 53:12) - Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.
Não obstante ao fato das situações serem igualadas em tempos diferentes, o fim destes acontecimentos foi uma antecipação do que haveria de ser pois os prisioneiros que estavam com José dirigiram palavras a ele, e um foi elevado daquele posição e o outro padeceu condenado, sem expectativa, e com os dois ladrões que estavam ao lado de Cristo na cruz não foi diferente, um foi exaltado tendo acesso no mesmo dia ao Paraíso e o outro morreu sem perspectiva.
Prosseguindo, notamos que em Genêsis 41:55-56 o povo clamava por pão e José lhes abria os celeiros e dava-lhes de comer, quando clamaram para Cristo dar-lhes pão, ele apresenta-se como o pão da vida, suficiente para saciar a fome de todos os povos.
(João 6:34-35) - Disseram-lhe, pois: SENHOR, dá-nos sempre desse pão. E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.
Vemos por fim, em Genêsis 41:40 José sendo elevado da situação de humilhado para exaltado, de sentenciado para contentor de todos os direitos, como governador de um poderoso império, erguido da cela, do calabouço para a mão direita do rei, da mesma forma ocorreu com Cristo, de humilhado e desprezado é exaltado como Rei dos reis, Todo Poderoso, vitorioso, Salvador, da vergonhosa masmorra do palácio, da desonrada cruz para o conhecido trono da Divindade, á destra do grande Rei e Senhor.
(Marcos 16:19) - Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus.
VII – Conclusão
José claramente é um tipo de Cristo, toda a história a que fora submetido, apontava para alguém maior e superior, tudo que passou era uma vírgula do que haveria de ser, e acontecer na história da humanidade, mas ele apontou para este grande evento do salvador Jesus.
Tudo que uma pessoa que teme a Deus passa contribui para o bem e nada é comparado ao grande que Deus faz por trás.
José para chegar ao governo do reino foi humilhado, desprezado, vendido, caluniado, tentado...Mas em tudo foi fiel e Deus o elevou a salvador, redentor, governador de um grande reino, no qual livrou de perecer o povo da promessa e nações inteiras.
Notemos um versículo que ocorreu com Cristo que confirma toda a tipologia existente em José:
“Embora Jesus fosse o filho de Deus, teve de aprender por experiência própria o que era obedecer, quando a obediência significa sofrimento. Foi depois desta experiência, que ele provou que era perfeito, tornando-se o doador da salvação eterna a todos os que lhe obedecem.” (Bíblia Viva – 8ª edição . Ed. Mundo Cristão – Hb;5:8-9)
VIII – Bibliografia
• GERARD, Van Groningen . Revelação Messiânica no Velho Testamento. Luz para o Caminho. Campinas. SP – 1995.
• O Evangelho em Gênesis. Law, Henry. Editora Leitor Cristão
• A Bíblia Viva. 8ª Edição. Editora Mundo Cristão. SP. 1995.
• A Bíblia na Linguagem de Hoje. Sociedade Bíblica do Brasil. 1982
• A Bíblia Hábil na Internet
Vamos tratar do Tema José como tipo de Cristo, notando em cada cena da vida de José a representação, o tipo messiânico. O velho Testamento nos anuncia antecipadamente á imagem do Cristo através da história de José.
II. Introdução
A história de José era uma representação dos acontecimentos futuros que sucederiam com Jesus. Quem foi vítima de armação dos irmãos, por raiva, desprezo e repúdio?”.
Lembramo-nos primeiramente de Jesus, mas José tipo messiânico de Jesus suportou tudo isso.
“Quem foi vendido por moedas de prata e desterrado para o Egito? Quem foi condenado sendo inocente, réu aparente entre dois culpados, dos quais um é exaltado e o outro padece?” (Law, Henry)
Porventura não vemos a história do próprio Cristo, mas foi assim que também ocorreu com José.
Quem da humilhação é exaltado para um trono?”. José após revelar os segredos de Deus, revelar o que no íntimo homem nenhum conseguiria saber, e descortina o que haveria de ser com o Escolhido de Deus, Jesus Cristo.
Quem foi o Redentor dos egípcios, israelitas...? José os salvara da morte, dando-lhes o suprimento em abundância, como se fosse um rascunho do que haveria de ser, mostra como um rascunho do futuro projeto de Deus para a humanidade através, através de José mostra-se que Deus pode fazer do humilhado um exaltado sobre a terra, e assim colocar uma ponte entre o povo faminto e o rei cheio de poder.
O cenário já estava preparado , o rascunho da história já havia sido escrito, até que a plenitude dos tempos chegasse, o cenário perfeito com o homem ideal e certo, para cumprir exatamente o papel, já arquitetado por Deus antes da fundação do mundo.
Veremos como Deus através de José revelava o seu projeto para a salvação do mundo inteiro, veremos José como tipo de Cristo representando o papel , ou o esboço do retrato do Filho de Deus que viveria na totalidade e revelaria ao mundo o grande plano de salvação que havia na coração de Deus.
III. O conceito de Realeza na Vida de José
No livro “Revelação Messiânica no Velho Testamento, pg.139-141”, Gerard, Van Groningen diz: “O relato de Gênesis sobre José acentua particularmente o conceito real no registro do relacionamento de Deus com o primeiro filho de Raquel, e por meio dele, não tem recebido a atenção que o texto bíblico lhe dá. Deve ser acrescentado que este conceito real suporta o sofrimento e o serviço. O “personagem real”, suporta sofrimento e presta serviços á semente de Abrãao, bem como ás diversas nações no meio das quais ele vive e com ele interage. Que o conceito real é realmente um fator central e dominante no relato de Genêsis a respeito de José é indicado por dez aspectos.
1. Os sonhos de José eram a respeito da idéias de realeza. Quando José relatou seu primeiro sonho a respeito dos feixes a interpretação de seus irmãos foi correta: “Reinarás, com efeito sobre nós?, Governar-nos-ás, de estrelas obviamente referiam-se a sua prórpria família, e assim foi compreendido. A presença dos corpos celestes neste segundo sonho sugere sua posição real que haveria de ser de grande significação: a criação, sobre a qual Adão reinara, haveria de reconhecer sua posição e autoridades reais.
É importante notar que seus irmãos o odiavam não somente por ser o favorito de seu pai, mas principalmente por causa da sua realeza. De fato, os sonhos de realeza motivaram seus irmãos a conspirar para livrarem-se de seu irmão mais novo.
2. José foi vendido como escravo à um oficial da corte de Faraó. Como escravo de Potifar, capitão da guarda de Faraó, José servia na corte real. Assim ele, um jovem de uma tribo nômade, foi exposto a um ambiente real e a maneira de vida da corte. Como haveria Moisés de ser trazido a um palácio real para Recber preparação para o seu futuro trabalho, José, de modo parecido, teve acesso ao conhecimento, a sabedoria e ao treinamento empregado no governo de uma nação. Além disso, foi seu envolvimento com a realeza que o expôs à mulher de Potifar e á sua influência, que por sua vez, o levou á humilhação e ao sofrimento.
3. O caráter régio de José e sua influência tornaram-se evidentes quando ele estava na prisão. Tornou-se assistente do guardião da prisão real. Nessa elevada posição estava capacitado para interagir com os prisioneiros da corte real. Isso, por sua vez deu-lhe a oportunidade de interpretar os sonhos do copeiro e do padeiro. Essa notável capacidade de interpretar sonhos, que José reconhecia como prerrogativa divina, seria o fator chave para o seu retorno à corte real.
4. O Sonho de Faraó, de sete vacas gordas sendo devoradas por sete vacas magras, e de sete espigas cheias sendo devoradas por sete espigas mirradas, deu a José a oportunidade de expressar que ele estava a serviço do soberano Senhor dos céus, da terra e de toda a humanidade, e que era o único que poderia dar a interpretação dos sonhos de Faraó. José, a serviço desse soberano, serviu a Faraó com a interpretação dos dois sonhos. Além disso, José mostrou a sabedoria e agudeza reais no conselho que deu a Faraó, José lançou as bases para seu próprio progresso em direção ao trono do Egito. Em tudo isso a orientação soberana de Deus foi reconhecida, até mesmo por Faraó, que disse: “Visto que Deus te fez saber tudo isso, ninguém há tão ajuizado e sábio como tu. Administrarás a minha casa e à tua palavra obedecerá todo o meu povo.”
5. Elevando esse estrangeiro a uma posição real no Egito, Faraó reconheceu a notória capacidade real de hebreu. Ele promoveu o casamento de José com a filha de um sacerdote egípcio, confirmando assim seu “status” como governador do Egito. Os irmãos de José também fizeram assim: ajoelharam-se diante dele e o honraram como Senhor sobre os ricos armazéns de suprimentos do Egito.
6. José mostrou-se capaz de compreender um dever essencial do ofício real, aliviar o povo dos cuidados de um mundo áspero, provendo as indispensáveis necessidades básicas da vida. O “papel pastoras” do ofício real foi claro e evidente.
7. José desempenhou de maneira notável o papel de um governante atirado e de um juiz integro, quando seus irmãos vieram ao Egito. Ao reconhecê-los, relembrou seus antigos sonhos em relação a submissão de seus irmãos a ele; a seguir forçou-os a examinar seus atos passados em relação a ele, José, e a dar expressão concreta à sua preocupação com o pai idoso e com seu irmão mais novo.
8. Na designação da terra de Gósen com lugar para Jacó e sua família viverem , José exerceu sua prerrogativa, poder e sabedoria reais e demonstrou sua preocupação em fazer com que seu povo vivesse separadamente, num lugar onde pudesse prosperar como povo pastoril. Assim, usando seu ofício real, ele providenciou uma oportunidade para que eles se desenvolvessem como um povo separado, distinto e consagrado. Ele fez o possível para o povo escolhido viver no Egito, desfrutar dos benefícios todos da segurança e da prosperidade do Egito porém, sem participar da vida pagã do Egito.
9. José indica sua prontidão de ser escolhido e considerado i filho primogênito, e como tal receber a benção em dobro. Nisto esta de pleno acordo com Jacó, seu pai. Tal privilégio incluía o papel de cabeça e chefe do clã. Jacó esperava que José continuasse a exercer essa função, provendo a segurança, o bem-estar e a continuidade da semente do pacto e sua herança. Estas idéias foram expressadas abertamente por Jacó quando abençoou José. Falou de José como a “videira frutífera”, bem irrigada, estendendo seus ramos para longe como vitorioso na batalha, porque o Soberano Pastor o sustenta com braço forte; como objeto de inúmeras bênçãos dos altos, das profundezas, no passado e no futuro; e recebendo tudo isso, como o “príncipe” entre seus irmãos.
10. Como mencionado, José considerava-se agente do Soberano Senhor. Deus o havia “escolhido” para ir ao Egito. O Senhor dirigira a sua vida de modo que, como “pai” de Faraó , “senhor” de sua casa e “governador” do Egito, ele José , seria o instrumento de Deus para manter muita gente com vida. Ele era portanto um cooperador com Deus; era o libertador real e o agente Salvador”
Notamos que nestes dez aspectos da realeza de José, a prefiguração de Cristo é claramente reparada. A visão antecipada de José, através de sonhos, acerca do que haveria de ser, a posição elevada que iria alcançar, posição de governante. O ódio que lhe era destinado, pelos irmãos, que o desmereciam por notarem um grande potencial e amor especial dado pelo pai, que consumia-os a ponto de conspirarem contra José. A venda de José pelos próprios irmãos , toda a preparação antecipada para sua posição de salvador, pois José passou por todo um processo para ser digno de ocupar a mão direita de Faraó. Primeiro serviu o capitão da guarda, adquirindo uma boa “bagagem”, como conhecimento e sabedoria. Foi tentado e suportou a tentação, porém esta o levou á uma situação humilhante, de solidão, abandono e desconforto. Mas devido ao seu caráter, mesmo em situações de abatimento ele era honrado pelos que estavam ao seu redor (na prisão o tornaram assistente do guardião) e podiam reconhecer seu potencial, pois lhes era revelado em todas as situações do dia-a dia, pois este aplicava e proclamava tudo aquilo que por parte “Divina” havia recebido (interpretação dos sonhos) e foi este mesmo dom que o levou à presença do rei, quando revelou o sonho de faraó acerca da fome que viria sobre a terra, e ali após vencer o opróbrio foi achado capacitado para administrar e governar sobre todo o povo de Faraó , e mais tarde sobre o seu próprio povo. José foi elevado sobremaneira, todas as nações o reconheciam como governante do Egito, seus irmãos ajoelhados o reconheceram como senhor, José tornou-se o possuidor de toda a abundância de suprimentos, suficiente para saciar a todos, e este por sua vez não reteve a ninguém que a ele buscava, mas repartia toda opulência em distinção de raça, muitos vinham a ele e lhe entregavam tudo , bens , propriedades, vidas...este porém lhes retribuía dando-lhes o alimento necessário para manterem-se vivos , ágeis e sem preocupação de padecimento. Aos seus parentes deu uma terra separada do povo do Egito, para que vivessem conforme os ensinamentos e ordenanças que tinham sido criados, para que não se corrompessem ainda que pudessem usufruir da abastança do Egito.
José visava que seus irmãos guardassem os preceitos do Senhor e se separassem do povo do Egito que cultuava outros deuses, pois não tinham a lei de Deus em seus corações mas andavam segundo os seus próprios costumes.
José considerado o primogênito pelo pai, por ser o primeiro de Raquel, esposa que tanto amava, recebeu a benção e herança do primogênito.
José foi usado por Deus para manter sua descendência com vida, para que se concretizasse no futuro a promessa feita a Abrãao:
“Farei a tua descendência como o pó da terra...” (Gen. 13:16)
No livro “O Evangelho em Genêsis, pg.86”, Law, Henry diz: “A Escritura é preciosa, porquanto cada cena de José nos apresenta Jesus . Quem é o invejado, odiado e rejeitado por seus irmãos? Quem é o que foi vendido por moedas de prata; e foi desterrado para o Egito; Quem foi contado entre os transgressores; um réu aparente entre dois culpados, dentre os quais um é exaltado e o outro padece? Quem é elevado da prisão para a mão direita da majestade? Em todas esses esboços, não pode ser contemplado Jesus? Em seu ombro é que é posto o governo. Ele é o que salva a sua parentela de perecer. Ele é aquele cujo coração se enterneceu por causa deles, quando não o reconheceram. É para ele que devem fugir os que tem perecem. Ele é o que possui a chave de todos os suprimentos. O nome é José. A imagem verdadeira é Jesus.”
IV. TIPOLOGIA MESSIÂNICA
No Livro Revelação Messiânica no Velho Testamento- Gerard, Van Groningen diz: “O termo tipo vem do substativo grego typos, derivado do verbo typto, que significa “bater”, “golpear”. Em inguagem não bíblica o substantivo é usado para significar uma impressão ou marca feita por um molde ou forma.
Os escritores da Septuaginta, que usaram este termo grego para traduzir alguns termos hebraicos, traduziram tabekit desta maneira. Em Exodo 25:40 o tabernáculo, com sua mobília foi feito de acordo com o padrão que Deus dera a Moisés. O tabernáculo deveria ser uma representação terrestre de habitação celeste de Deus entre os seres humanos. Não era o próprio lugar da habitação de Deus, mais indicava a presença de Deus no meio do seu povo. De fato, o tabernáculo indicava uma realidade ainda não plenamente realizada na terra.”
Particularmente não satisfeita com esta explicação, procurei a expressão no Dicionário Aurélio Buarque e obtive a seguinte informação:
Tipo (grego týpos, cunho, molde, sinal) Aquilo que inspira fé como modelo. Esta especificação torna mais fácil a compreensão, pois analisando a vida de José não sentimos inspirar fé? José era um modelo, um símbolo , uma marca antecipada daquilo ou daquele que havia de vir. A representação antecipada e terrestre daquele que viria de Deus. José nos apresenta a idéia do Salvador.
V. SIGNIFICAÇÃO TIPOLÓGICA DE JOSÉ
A promessa estava sobre a vida de Abraão, então se estendeu à sua descendência, alcançando Jacó, logo tudo que aconteceu com José fazia parte do plano pré-estabelecido por Deus e visava cumprir a promessa sobre estes, a fim de não permitir que eles viessem a morrer e como centenas de nações antigas simplesmente serem apagadas do mapa. José foi escolhido por Deus e devido o seu amor fiel ao seu pai, foi considerado apto pois era capaz de servir ao seu pai e tornou-se capaz para servir seu povo, veremos, no Livro Revelação Messiânica no Velho Testamento o que Gerard, Van Groningen colocou sobre este fato:
“O foco da narrativa de José está sobre Jacó o tempo todo, porque ele é o pai de doze filhos que serão libertados da fome, terão um lugar onde ficarão protegidos e onde poderão se tornar um povo poderoso, de acordo com as promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó. Mas ainda, Jacó representava a linhagem da semente prometida, por meio da quela as bênçãos prometidas às diversas nações do mundo viriam. A fim de que Jacó e seus filhos pudessem servir como tal e preparar a futura cena para um genuíno papel de sobrevivência para todas essas nações, José foi designado e qualificado para servir ao seu pai, seus irmãos e seus descendentes, e, assim fazendo, servi-los enquanto permanecia ele próprio numa dessas nações estrangeiras. José, muito especificamente, era um tipo messiânico – não um ancestral. O papel tipicamente messiânico de José pode ser visto de quatro perspectivas:
1. José foi considerado o filho primogênito. Era o primogênito de Raquel, recebeu a túnica de primogênito real, a dupla benção em seus dois filhos e foi proclamado “príncipe” entre seus irmãos. Como primogênito, José apontava para Cirsto o “primogênito” entre muitos irmãos, (Rom. 8:29) sobre toda criação (Cl. 1:15) e entre os mortos (Cl. 1:18)
2. José, experimentou as profundezas da humilhação e os píncaros da exaltação. Ele foi vendido como escravo por seus irmãos, tentado pela mulher de Potífar, aprisionado, esquecido pelo copeiro-mor, abandonado por todos, tendo sido como que “cortado da terra dos viventes”. Mas foi trazido perante o trono de Faraó, recebeu o poder desse trono e exerceu domínio sobre o Egito, na época a mais poderosa nação do Oriente Médio. Semelhantemente, Cristo foi humilhado mas foi também exaltado.
“Ele se rebaixou, andando nos caminhos da obediência até a morte...por isso deus lhe deu a mais alta honra” (Bíblia na Linguagem de Hoje – Fil.2:8-9)
3. Em seus ator José prefigurou o ministério de Cristo de diversos modos. Ele interpretou sonhos e assim, revelou a vontade e o plano de Deus, pelo qual ele salvaria o Egito e as diversas nações, especialmente Jacó e sua família. José, em sua qualificação real, governou efetivamente sobre o Egito e livrou Israel da fome, das privações e da morte. Ele guiou Jacó e sua família ára um lugar seguro (Gósen), onde protegidos das tendências sociais, tentações imorais, idolatrias materializantes do Egito, eles poderiam prosperar e tornar-se um povo numeroso e, ainda exercer uma importante e decisiva influência no mundo.
4. José foi um verdadeiro tipo messiânico. Ele foi considerado real, recebeu uma posição real e cumpriu uma tarefa real.Como uma pessoa régia, ele livrou, protegeu e enriqueceu a herança de Abraão e Isaque. Ele funcionou, portanto, como um redentor, protetor e provedor físico, social, moral e espiritual. Jacó seu ancestral e pai, não fez isso. Ele próprio necessitava de alguém para livrá-lo, protegê-lo e sustentá-lo. Deus preparou José e por meio dele o Senhor realizou atos salvívicos dentro do contexto da história do mundo. E ao preparar José e realizar atos de salvação por meio dele, o Senhor falou profeticamente enquanto preparava o cenário para a salvação mais ampla e mais completa que Jesus traria. Essa salvação trazida pelo Cristo real foi também o que em última instância validou a obra redentiva de José, cumprida por uma pessoa real, tomada da semente para agir em favor da semente”
Vemos que Deus estava concretizando sua promesa e mostrando seu plano para aquela época e para o futuro. Analisando as quatro perspectivas do papel tipicamente messiânico de José, confirmamos a sua primogenitura em Gen. 30:23-24 “Raquel concebeu e deu á luz a um filho...e lhe chamou José...”
José começa a mostrar Jesus o primogênito de Deus, que experimentou o abandono, tudo sofreu e suportou mas alcançou a exaltação, a glorificação resultante da sua fidelidade.
José também prefigurou á Cristo, no fato de antecipadamente revelar o fim que viria sobre aquela terra e qual seria o meio de escapar de tão grande assolação e ruína. José não somente revelou os acontecimentos futuros mas também mostrou-se como único apto para resolver aquela situação, devido sua sabedoria, conhecimento de Deus e obediência possibilitando assim que através dele viesse a salvação à todos.
José após suprir as necessidades de seu povo, conduziu-os a um lugar separado do povo egípcio, para que não fossem contagiados e assim comrrompidos pelo costume daquele povo, pelos deuses deles ou inclinações incomuns. Embora José os sustentasse no Egito , e do Egito eles desfrutassem tudo que era necessário para sobreviverem, eles não viveram como os egípcios, mas separados destes, num lugar que poderiam prosperar e manter suas normas de vida e pensamentos.
José realmente era um tipo messiânico, prefigurou o próprio Cristo, providenciando a salvação às nações da época, aos seus irmãos, foi usado por Deus para chegar à concretização de todos os fatos, foi fiel a Deus em todas as ocasiões e mostrou que a sua grande dependência era Deus, pois dele vinha a capacitação sabedoria e entendimento.
José tipo de Cristo era um símbolo do que haveria de vir; a salvação plena que Cristo ofereceria para as nações e seu povo escolhido, saciando-lhes a fome espiritual principalmente e conduzindo-os à uma vida separada dos costumes deste mundo, embora vivamos no mundo, não vivemos como os do mundo no sentido dos ideais, atitudes e pensamentos. Usufruimos do que tem no mundo daquilo que sustenta a nossa vida, mas procuramos viver debaixo da direção e visão de Deus.
Assim como Israel negou ao Salvador Jesus, desprezou-o e vendeu-o, e os gentios que são as outras nações o receberam e começaram a usufruir primeiro do que ele tem, da Sua glória, graça e suprimento e o povo de Israel precisaria hoje ser alimentado fora do seu contexto social e ideal, assim ocorreu naquela época os egípcios fartavam-se do trigo de José, e os próprios israelitas passavam fome, e tiveram que abandonar seu lugar de habitação e costumes para no Egito no meio do povo contaminado como julgavam ,receber o trigo, e hoje não é diferente os gentios se saciam no Pão da vida e que os judeus venham a nós para alimentarem-se deste pão que vem das mãos do libertador que eles rejeitaram , mas nós abraçamos com muito amor – Jesus de Nazaré.
VI – TIPOLOGIA CONFIRMADA NA BÍBLIA:
Refletindo sobre a vida de José, notamos acontecimentos representativos e iguais ao que Cristo passou, vejamos:
Em Genês 37:4 relata que José era odiado pelos seus irmãos e em João notamos Jesus vivendo a mesma situação em cenário diferente:
(João 7:7) - O mundo não vos pode odiar, mas ele me odeia a mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más.
Em Genêsis 37:18 narra que os irmãos de José conspiravam para matá-lo e vemos Jesus sendo submetido à mesma circunstância:
(Marcos 3:6)- E, tendo saído os fariseus, tomaram logo conselho com os herodianos contra ele, procurando ver como o matariam.
Embora intentavam matá-lo em primeira instância não o conseguiram e a mesma situação ocorreu com José, que acabaram optando por vendê-lo por 30 moedas de prata, como demonstra que fizeram com Cristo :
(Gênesis 37:28)- Passando, pois, os mercadores midianitas, tiraram e alçaram a José da cova, e venderam José por vinte moedas de prata, aos ismaelitas, os quais levaram José ao Egito.
(Mateus 26:14-15) - Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes, e disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata,
José foi tentado e resistiu a tentação para não pecar contra Deus (Gen.39:7-8) e Cristo em toda a sua tentação também permanece íntegro:
(Filipenses 2:8) - E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
No livro de Gênesis 40:2-3,20 observamos José como prisioneiro de um crime que não cometeu, um inocente colocado entre dois culpados, (copeiro-chefe e padeiro-chefe) ambos ofenderam o seu senhor (Gen. 40:1), José mais uma vez prefigura à Jesus o qual sem pecado foi feito pecador por nós , e foi colocado depois de condenado no meio de dois ladrões, na cruz.
(Isaías 53:12) - Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.
Não obstante ao fato das situações serem igualadas em tempos diferentes, o fim destes acontecimentos foi uma antecipação do que haveria de ser pois os prisioneiros que estavam com José dirigiram palavras a ele, e um foi elevado daquele posição e o outro padeceu condenado, sem expectativa, e com os dois ladrões que estavam ao lado de Cristo na cruz não foi diferente, um foi exaltado tendo acesso no mesmo dia ao Paraíso e o outro morreu sem perspectiva.
Prosseguindo, notamos que em Genêsis 41:55-56 o povo clamava por pão e José lhes abria os celeiros e dava-lhes de comer, quando clamaram para Cristo dar-lhes pão, ele apresenta-se como o pão da vida, suficiente para saciar a fome de todos os povos.
(João 6:34-35) - Disseram-lhe, pois: SENHOR, dá-nos sempre desse pão. E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.
Vemos por fim, em Genêsis 41:40 José sendo elevado da situação de humilhado para exaltado, de sentenciado para contentor de todos os direitos, como governador de um poderoso império, erguido da cela, do calabouço para a mão direita do rei, da mesma forma ocorreu com Cristo, de humilhado e desprezado é exaltado como Rei dos reis, Todo Poderoso, vitorioso, Salvador, da vergonhosa masmorra do palácio, da desonrada cruz para o conhecido trono da Divindade, á destra do grande Rei e Senhor.
(Marcos 16:19) - Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus.
VII – Conclusão
José claramente é um tipo de Cristo, toda a história a que fora submetido, apontava para alguém maior e superior, tudo que passou era uma vírgula do que haveria de ser, e acontecer na história da humanidade, mas ele apontou para este grande evento do salvador Jesus.
Tudo que uma pessoa que teme a Deus passa contribui para o bem e nada é comparado ao grande que Deus faz por trás.
José para chegar ao governo do reino foi humilhado, desprezado, vendido, caluniado, tentado...Mas em tudo foi fiel e Deus o elevou a salvador, redentor, governador de um grande reino, no qual livrou de perecer o povo da promessa e nações inteiras.
Notemos um versículo que ocorreu com Cristo que confirma toda a tipologia existente em José:
“Embora Jesus fosse o filho de Deus, teve de aprender por experiência própria o que era obedecer, quando a obediência significa sofrimento. Foi depois desta experiência, que ele provou que era perfeito, tornando-se o doador da salvação eterna a todos os que lhe obedecem.” (Bíblia Viva – 8ª edição . Ed. Mundo Cristão – Hb;5:8-9)
VIII – Bibliografia
• GERARD, Van Groningen . Revelação Messiânica no Velho Testamento. Luz para o Caminho. Campinas. SP – 1995.
• O Evangelho em Gênesis. Law, Henry. Editora Leitor Cristão
• A Bíblia Viva. 8ª Edição. Editora Mundo Cristão. SP. 1995.
• A Bíblia na Linguagem de Hoje. Sociedade Bíblica do Brasil. 1982
• A Bíblia Hábil na Internet