sábado, 25 de outubro de 2008

Meu calvário


Meu calvário é dor
é acusação de falsários
que movidos pelo horror
de seus corações arruinados
erguem-se contra o fervor
do meu amor tão visionário


Meu calvário é opressor
pois vejo meus adversários
esguichando aversão
aos meus sermões
exacerbados
de justiça e retidão por eles menosprezados

Meu
calvário é aflição
pelos que morrem sem perdão
com o coração de um espantalho
gélido, frio e acomodado
sem emoção ou compaixão, solitário

Meu calvário é comunhão
com aqueles que comigo choram pelo fim da exploração
de menores, de crianças e adultos isolados
rejeitados pela corrupção humana e política
de homens 'eternizados'em sua própria consciência
fétida e imoral
pela ausência do real
pois são pó e cinzas
como qualquer mortal
pobre ou rico
independente da classe social

Meu calvário é clamor
contra a hipocrisia
e toda sorte de farsa humana
e patifaria
do planalto central ás favelas da periferia
onde na ausência do pão
correm atrás de finas iguarias
e sujeitam-se á orgias
por um glamour passageiro
e ostentação vazia

Meu calvário é amargo
pois vejo nele o retrato
do coração sofredor
desamparado
por ser fiel e justo
neste mundo sujo e contaminado
pela ganância e soberba humana
que compra toda á gente insana,
e cega da verdade que é tão pura

Meu calvário é choro
choro desesperado
pelo fim do sofrimento
e do calvário
de milhares de brasileiros
sem pão

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